Diluída ingenuidade.
Tive saudades de mim mesmo. Daquele que, há seis anos atrás, se contentava com pequenas coisas, se completava com felicidades singelas. Olhei para trás e no meio do trânsito me peguei sorrindo. Lembranças que massageiam o ego, mas também destroçam certezas. Vislumbrar o passado mais que mostrar o quanto se evoluiu aponta o quanto se mudou. E mudei muito. E não sei se pra melhor. Queria mesmo correr atrás das felicidades singelas daquele tempo, da ansiedade pela vida agora vivida - que agora não soa tão misteriosa -, das doces incertezas e pequenos caprichos. Mudei, admito. E me pego questionando o hoje. Toda e qualquer transformação bruta e indolor deveria definitivamente ser proibida. Quero meu ontem, quero meu eu. E viro adolescente pra buscar de novo.
.............................
"Vamos não chores
A infância está perdida
A mocidade está perdida
Mas a vida não se perdeu"
(Drummond)