Do Kamikaze e os laços afetivos
Não que propagar discursos entusiasmados acerca da maturidade sirva de alguma coisa. Não que quem os propague seja maduro. O fato é que as pessoas surpreendem quando decidem viver de maneira kamikaze. Não é condenável, de fato, se lançar a novos horizontes, viver intensamente, como um carpe diem sem fim, produzido pela ânsia de "ser-mais-feliz". O que impressiona não é a vontade de viver intensamente e "gastando-tudo-bem-rápido". O que chama atenção são os meios utilizados para tanto. A felicidade só vale os riscos quando não há fulgacidade, quando há garantia de progressão e futuro, quando é palpável "no-além-e-no-agora" e não apenas no imediatismo.
Decerto que não se procura tristeza, decerto que se busca a plenitude utópica, decerto que não vale a pena usar sentimentos alheios, fazê-los de joguete, usando de artifícios esquizofrenóides, se escondendo no "personagem-de-si-mesmo", mentindo mais pra si que para qualquer outro.
Não se procura condenar atitudes kamikazes. Da mesma maneira que não se deve procurar entendê-las ou perdoá-las. Os jogadores são vistos pelos olhos alheios com pena. Pelo vício, pela coberta, pelo vazio que não se preenche, pela busca que não se acha-talvez-porque-não-haja-merecimento.
Para o sociólogo polonês Zygmunt Bauman, os laços andam cada vez mais frágeis, o amor se põe líquido, dissociável, substituível, vítima de uma espécie de consumo, como escolhas de shopping center mesmo. Talvez o problema seja esse. A falta de maturidade transforma a vida "amorosa" numa grande loja de departamentos, na qual as coisas vão sendo substituídas de acordo com o orçamento ou a moda. O "relacionar-se" se reduziu a uma atitude fútil, como milhares de outras. As pessoas não saem de moda, os sentimentos também não. Pro nosso azar, ter caráter virou coisa cafona.
Que os laços se esvaiam como cortina de fumaça bonita que só continua bem vista por segundos. Que a maturidade chegue, que se aprenda mesmo que na porrada. Sentimento não se compra, não se empresta. Se reforma. E isso aconteceu mais rápido que pensei.
Se acaso há algum tipo de dor, agonia ou angústia ela se deve única e exclusivamente ao credo. Ao achar que, sim, as pessoas devem ser acreditadas no que dizem. Pena que essa sim é a realidade utópica.
Decerto que não se procura tristeza, decerto que se busca a plenitude utópica, decerto que não vale a pena usar sentimentos alheios, fazê-los de joguete, usando de artifícios esquizofrenóides, se escondendo no "personagem-de-si-mesmo", mentindo mais pra si que para qualquer outro.
Não se procura condenar atitudes kamikazes. Da mesma maneira que não se deve procurar entendê-las ou perdoá-las. Os jogadores são vistos pelos olhos alheios com pena. Pelo vício, pela coberta, pelo vazio que não se preenche, pela busca que não se acha-talvez-porque-não-haja-merecimento.
Para o sociólogo polonês Zygmunt Bauman, os laços andam cada vez mais frágeis, o amor se põe líquido, dissociável, substituível, vítima de uma espécie de consumo, como escolhas de shopping center mesmo. Talvez o problema seja esse. A falta de maturidade transforma a vida "amorosa" numa grande loja de departamentos, na qual as coisas vão sendo substituídas de acordo com o orçamento ou a moda. O "relacionar-se" se reduziu a uma atitude fútil, como milhares de outras. As pessoas não saem de moda, os sentimentos também não. Pro nosso azar, ter caráter virou coisa cafona.
Que os laços se esvaiam como cortina de fumaça bonita que só continua bem vista por segundos. Que a maturidade chegue, que se aprenda mesmo que na porrada. Sentimento não se compra, não se empresta. Se reforma. E isso aconteceu mais rápido que pensei.
Se acaso há algum tipo de dor, agonia ou angústia ela se deve única e exclusivamente ao credo. Ao achar que, sim, as pessoas devem ser acreditadas no que dizem. Pena que essa sim é a realidade utópica.
1 Comments:
Pena que algumas pessoas vivam como grandes comerciantes e aventureiros. Mas, para a sorte de quem ainda busca a essência utópica do humano, ainda tem gente sensata nesse mundo. Que saibamos escolher, mesmo que demore...
Te amo, maninho.
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