23.11.05

Peãoãoãoão.

Tem uns lances meio esquisitos. Daqueles que surgem do nada. Uma noite qualquer você se sente abraçado pelo vento - que não existe -, se embebe numa high de de autosuficiência e oh-como-eu-me-basto. Daí o dia seguinte é cruel. Ninguém-me-ama, sou-uma-folha-solta-ao-vento, preciso-de-um-rumo, oh-céus-como-eu-queria-um-colo, tudo isso surge do nada. Sim sim, você sente de volta aos 15 anos - dos quais talvez nunca tenha saído. O mais impressionante é se dar conta de que seu texto piorou, de repente ficou burro, você não põe alma no que escreve e aimeudeus-eu-não-sou-tão-inteligente!

Tem o lance do criar raízes e tem o onde. Tem o lance de vivo sozinho e tem o preciso de colo. Tem o lance de imagem pfffff.

Roda peão. Peão mesmo. Daqueles de tabuleiro de xadrez. Dos que morrem antes.

E um velhote no ônibus me escuta reclamar com uns amigos e fala "pois é.. e vc ainda tem esse cavanhaque!" Definitivamente eu não mereço.